sábado, 15 de janeiro de 2011

Massacre anunciado!

Carta aberta à sociedade


Nós existimos, somos muitos e lutaremos para continuar existindo. Sabemos que a dignidade tem seu valor. Para os donos do poder, o valor da dignidade tem preço, pode ser convertido em dinheiro, em privilégios, em apoios financeiros para campanhas milionárias, entre outras possibilidades. Para nós, a dignidade é um valor que não tem preço, porque acreditamos ser ela uma necessidade, não um luxo. Nós somos as Comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy e Dandara, somos o povo sem-teto organizado . Somos aqueles e aquelas que transformamos nossa existência num ato em favor da dignidade. Aqueles que tentam nos massacrar, não querem apenas despejar 1.159 famílias sem-casa, querem despejar a dignidade, querem despejar os que não se curvam à pobreza e à riqueza, querem despejar um “inimigo interno”, uma voz que destoa. Eles desejam o fim das Comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy e Dandara, assim como o Estado Brasileiro fez com o Quilombo dos Palmares (onde Dandara, companheira de Zumbi, viveu e lutou), assim como foi feito em Canudos, em Sonho Real e em vários outros lugares e momentos da história deste país. Lutamos por nossas necessidades: moradia, dignidade, liberdade. Porém, a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo de Minas, querem acabar com as necessidades populares eliminando os necessitados e necessitadas. 
Ocupamos terrenos abandonados, alguns deles com mais de 30 anos sem destinação alguma, objetos da especulação imobiliária: cheio de impostos não pagos, cheio de nada. Há anos estamos preenchendo estes terrenos com alguma coisa que vale a pena lutar, estamos construindo nossas casas com o produto do nosso trabalho, a única coisa que temos além de nossa vida e de nossos sonhos, e só com o nosso esforço da nossa luta alcançaremos. Ao construir nossas casas estamos construindo muitas outras coisas, estamos construindo uma comunidade, estamos construindo nossa dignidade, estamos nos construindo

Ocupação da SEDRU




Em uma ação estratégia a SEDRU (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana) foi ocupada por moradores das comunidades Camilo torres, Irmã Dorothy e Dandara com o intuito de buscar junto ao governo estadual solução para o possivel despejo a ser cumprido pela PMMG. São cerca de 1187 familias que totalizam um numero de 3.200 pessoa entre criançãs, idosos e gestante. Trata se de mais um drama urbano vivido pelos trabalhadores de baixa renda das grandes cidades. 

Sem-teto acampam na Regional do Barreiro

 Sem-teto de BH acampam na Regional do Barreiro

Centenas de Sem-teto e sem-terra das Comunidades-ocupações Dandara,Camilo Torres e Irmã Dorothy CONTINUAM acampados POR TEMPO INDETERMINADO na frente da Regional Barreiro da Prefeitura de Belo Horizonte.

Foto
Foto

[Divulgando e informando]

Estão acampados desde ontem cedo, dia 20/07/2010. Barracas foram levantadas na entrada da Regional do Barreiro da Prefeitura. Dezenas de sem-teto dormiram ao relento, sob uma noite fria, na porta da
Prefeitura no Barreiro. Estão cozinhando no local. O Acampamento é por tempo indeterminado. Ontem, à tardezinha, paralisaram o trânsito por cerca de uma hora na região do Barreiro.

As 1.159 famílias das três comunidades, citadas acima, estão ameaçadas de despejo, mas não aceitarão a realização do despejo, porque: a) não tem para onde ir; b) a luta é justa, legal e legítima, pois as
propriedades ocupadas estavam em estado de abandono, com expressiva dívida de IPTU e sem cumprir sua função social; c) as políticas habitacionais da Prefeitura de Belo Horizonte e do Governo estadual
estão muito aquém das demandas da população mais pobre. A prefeitura constrói uma média de apenas 300 unidades por ano (quando constrói...) e o Governo Estadual, desde 1995 não construiu nenhuma casa na capital mineira.

Em Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos, dia 14/07/2010, foi dito: "Se a prefeitura quiser evitar um banho de sangue, que se abra a negociações. Os moradores estão vivendo um drama e não vão
deixar suas casas", afirmou o professor Fábio Alves dos Santos, do Serviço de Assistência Judiciária da PUC Minas, para quem as propriedades não cumpriam sua função social.

"A maioria dos ocupantes são mulheres e crianças, mas não vão abrir mão. Não vão arredar pé!", afirmou frei Gilvander Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra. Ainda lamentou as desigualdades sociais,
lembrando que, no Belvedere, há apartamentos à venda por mais de R$ 4,5 milhões; no Mangabeiras, imóveis sendo alugados por mais de R$ 26 mil mensais, e, duas pessoas morando em uma mansão no Mangabeiras que tem
32 quartos, enquanto há 55 mil famílias sem moradia em Belo Horizonte; 173 mil, na região metropolitana, e 700 mil em Minas Gerais. Por isso também a luta de Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy é justa.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Durval Ângelo (PT), na audiência pública, lembrou que a habitação tornou-se um problema grave, mas antes de tudo é uma questão de cidadania, garantida
pela Constituição da República. "Ninguém vai para debaixo da lona porque quer. Moradia é uma necessidade fundamental, e o poder público não dá resposta", criticou.

O Acampamento na frente da prefeitura, no Barreiro, tem por objetivo buscar o diálogo com o prefeito de BH, Márcio Lacerda, e com o governador Antonio Augusto Anastasia para que as 1.159 famílias de
Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy tenham seus direitos a moradia e a dignidade humana respeitados. Em mutirão, e como auto-construção as famílias das três comunidades já construíram cerca de 800 casas. É um absurdo despejar essas famílias, jogá-las na rua, pois é justa e legítima a luta delas
 

 

PMMG tenta fazer despejo surpresa.


No ultimo dia 08/07/2010 a PMMG de forma sorrateira tentou despejar as comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy aproveitando de uma manifestação que os moradores faziam na porta da regional Barreiro padindo abertura do dialogo por parte da PBH afim de buscar uma alternativa ao despejo, dois microonibus com aproximadamente 50 soldados sob o comando do Maj. Alves entraram nas comunidades causando panico e desispero nas crianças, idosos e gestantes que não participaram da manifestação. tudo só se tranquilizou depois da intermediação de frei Gilvande junto ao comando da PM.

Ocupações urbana aumentam em BH


Com a falta de programas habitacionais que atenda os trabalhadores de baixa renda a tendência é o aumento do numero ocupações de terrenos e edificações ociosos em BH, o programa minha casa minha vida lançado com grande estardalhaço pelo governo faderal como solução para familias com essa faixa de renda não saiu do papel na capital mineira  tanto por falta de empenho do poder publico municipal e estadual como também por parte das construtoras que em busca de maiores lucro não se enteressa em fazer projetos que atendam familias que recebam de zero a três salários que representa quase 70% do defcit habitacional no pais.

Ocupação Irmã Dorothy vence sua primeira batalha

Ocupação Irmã Dorothy vence sua primeira batalha

Resistência Urbana

Sábado, 27 de março de 2010.

Ocupação Irmã Dorothy: persistência e ousadia

A Ocupação realizada dia 26/03/2010, na região do Barreiro em Belo Horizonte, como parte integrante da Jornada de Lutas organizada pela Frente Nacional de Resistência Urbana, foi batizada com o nome da missionária brutalmente assassinada em 12 de fevereiro de 2005, no Estado do Pará: Irmã Dorothy.
Depois de mais de 8 horas de negociação com o comando do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE - Choque), a recém nascida Ocupação Irmã Dorothy conseguiu resistir à pressão do braço armado do Estado e vencer sua primeira batalha.
O Choque usou spray de pimenta contra as famílias, limitou o direito de ir e vir de militantes, proibiu a entrada de alimentação na Ocupação e prendeu um companheiro, que foi conduzido até a delegacia, sendo liberado horas depois. As arbitrariedades da PM de Minas Gerais só foram suspensas quando o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CONEDH) se fez presente na área e manifestou oposição à realização do despejo sem mandado judicial.
A Ocupação Irmã Dorothy foi a primeira ação em Minas Gerais dentro da Campanha Minha Casa Minha Luta organizada pela Frente Nacional de Resistência Urbana que reúne movimentos e organizações populares de 14 estados brasileiros. Essa campanha pretende denunciar as mentiras do Programa Minha Casa, Minha Vida que ainda não saiu do papel para as famílias mais pobres que recebem de 0 a 3 salários mínimos.
Vale registrar a atuação da Prefeitura de Belo Horizonte que esteve no local representada pelo chefe de gabinete da Regional Barreiro, Wanderley Porto, com a postura de pressionar a PM pela imediata retirada das famílias sem-casa. O terreno ocupado não cumpre há décadas sua função social e era usado como bota fora clandestino não fiscalizado pela Prefeitura. Preocupa-nos bastante saber que a atual administração se posiciona a favor de quem desrespeita as leis de postura e ambiental do município em prejuízo das famílias sem-casa que cansaram de esperar nas filas do OPH (Orçamento Participativo de Habitação) e do Programa Minha Casa Minha Vida.
É por essas e outras que Belo Horizonte ostenta o título de umas das cidades mais desiguais do mundo segundo a ONU.

Obs.: A Ocupação Irmã Dorothy está localizada à rua Córrego do Capão, 20 – Barreiro/Vila Santa Rita, Belo Horizonte, MG

Artistas da favela.


Rep nacional 100% favela

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Perseguiação a trabalhadores

Prefeitura mostra suas garras. A ordem e virar as costas para os sem-teto.


O Secretário da Regional Barreiro, Senhor Leonardo Couto (na foto com Marcio Lacerda), ordenou à Diretora da Escola Municipal Luiz Gonzaga Junior que efetuasse o desligamento arbitrário do companheiro Lacerda Santos Amorim da Coordenação do Projeto Escola Aberta¹ naquela unidade educacional. Da mesma forma, a companheira Dayse Antonia França foi exonerada do Distrito Sanitário do Barreiro (Zoonoses) sem qualquer justificativa. Lacerda e Dayse são destacadas lideranças da Comunidade Camilo Torres.
Os dois companheiros, assim como os demais representantes da Comunidade, se mostraram firmes nas reivindicações e não se deixaram capitular pelas artimanhas do Senhor Leonardo Couto. Esse senhor, na última reunião realizada no dia 14 de maio, chegou a oferecer bolsa aluguel às famílias durante 90 dias (!) para sair pacificamente do terreno e permitir a demolição dos seus lares.
Obviamente, as lideranças refutaram a proposta imoral após obter o respaldo da comunidade que votou consensualmente em assembléia para negar o acordo. Mas, graças ao trabalho da brava Comissão Jurídica, integrada por Advogados Populares e Defensores Públicos, pela segunda vez, a ordem de despejo foi provisoriamente suspensa.
Em função disso, como forma de retaliar e perseguir as lideranças da comunidade, o Senhor Leonardo Couto, ordenou o desligamento ilegal do companheiro Lacerda e da companheira Dayse, sem qualquer motivação justa e sem assegurar o direito à ampla defesa.
  • Perseguição documentada:
No caso do companheiro Lacerda, a simplicidade do ofício dirigido à diretoria da escola deixa manifesto a arbitrariedade do ato exarado pelo Senhor Leonardo Couto.
Assim diz:
"Solicitamos que o Senhor Lacerda dos Santos Amorim seja desligado da função de coordenador da Escola Aberta desta escola"
Pressionada pelo manditismo político, a Diretora da Escola Luiz Gonzaga Júnior cumpriu a ordem do Senhor Secretário da Regional Barreiro. Entretanto, fez constar na Portaria que foi publicada sua contrariedade ao ato autoritário que se viu obrigada a cumprir:
"Declaramos que nesta data estamos desligando da função de coordenador da Escola Aberta desta escola o Sr. Lacerda dos Santos Amorim, atendendo solicitação do Sr. Leonardo Couto - Secretário de Administração Regional Municipal Barreiro. Declaramos também que nestes três anos de coordenação do projeto o Sr. Lacerda executou com competência, dedicação e legitimidade as tarefas a ele atribuídas, de forma voluntária"

Importante dizer ainda que, segundo informações obtidas com servidores da própria Regional Barreiro, a ordem do Senhor Leonardo Couto foi autorizada pelo Senhor Prefeito Márcio Lacerda. Isso reflete a política autoritária de todo um governo que se fecha ao diálogo e reprime aqueles que não se deixam cooptar.
"Não se deixar cooptar, não se deixar liquidar e garantir vitórias para o povo" - Florestan Fernandes
  • Medidas a serem tomadas:
Diante deste lamentável episódio, além de denunciar o fato a toda sociedade mineira, vamos estudar junto à Comissão Jurídica da Comunidade Camilo Torres os mecanismos judiciais para reverter esse quadro e para condenar o responsável direto pelo ato: o Secretário Administrativo da Regional Barreiro, Senhor Leonardo Couto.
Paralelamente, fortaleceremos a nossa Comunidade e nossa luta para os dias de perseguição, truculência e medo que a Prefeitura quer nos impor.

Ocupação do ministério das cidades em 2009

Luta contra a vinda da empresa SERQUIP para o Barreiro

Nota à imprensa e à sociedade

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA – MG
“JUNTOS COM OS POVOS DA TERRA E DAS ÁGUAS NA DEFESA DA VIDA”.

Belo Horizonte, 19 de junho de 2009.

Aconteceu reunião extraordinária no conselho do COMAM – Conselho Municipal de Meio Ambiente - de Belo Horizonte, hoje, sexta-feira (dia 19 de junho de 2009). A empresa SERQUIP pediu pela terceira vez a renovação da Licença de Operação para mais 180 dias (seis meses) lá no bairro Camargos. O plenário do COMAM não coube as centenas de pessoas da comunidade do bairro Camargos, do Barreiro, do Vale do Jatobá e de diversas partes de Belo Horizonte. A empresa também trouxe um bom número de funcionários que reivindicavam a manutenção de seus empregos, não percebendo que a SERQUIP oferece ali apenas alguns empregos e ao custo da morte lenta de centenas de pessoas. Após um debate acalorado, os conselheiros do COMAM, que são 15, votaram. Estavam presentes somente 12 conselheiros que votaram da seguinte forma:
Seis votaram pela não renovação da licença de Operação para a SEQUIP no bairro Camargos e cinco votaram a favor da concessão de mais três meses de prazo para a operação. Amanhã, dia 20 de junho é o último dia de licença de Operação para a SERQUIP funcionar no bairro Camargos. Logo, amanhã, dia 20/06/2009, a SERQUIP deve desligar os fornos e não terá mais Licença para operar.
Os cinco conselheiros que votaram pela concessão de mais 3 meses de licença de operação para a SERQUIP, votaram contra o povo e a favor da SERQUIP, são eles:
1) Vereador Alexandre Gomes (está no PSB, já foi PSDB, PMDB), representante da Câmara de vereadores de Belo Horizonte);
2) Juliana Flávia Ferreira Alves, representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB;
3) Cleinis de Faria e Silva, da ACMINAS – Associação Comercial de Minas;
4) Edson Tavares Braga, representante da FIEMG – Federação das Indústrias de Minas Gerais;
5) Ilka Soares Cintra, representante da FAMOBH – Federação das Associações de Moradores de Belo Horizonte.

Os seis conselheiros do COMAM que votaram pela não concessão da licença de operação para a SERQUIP, votaram a favor do povo e contra a SERQUIP, são eles:
1) Ronaldo Vasconcellos Novais, secretário da Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente da PBH;
2) Cassandra Tomich Sena, da PBH;
3) Sinara Inácio Meireles Chenna, da PBH;
4) Marco Aurélio Carabetti Diniz, da PBH;
5) Homero Brasil Filho, da Organização Ponto Terra;
6) Lúcio Fernando Borges, do CREA MG.

Murilo Valadares, secretário Municipal de Políticas Urbanas, presidente do COMAM, não votou. Adalmar José da Silva, suplente, se absteve.
Guarde bem os nomes das pessoas e quais as entidades de quem votaram a favor do povo e de quais votaram contra o povo.
A partir de depois de amanhã, dia 21 de junho de 2009 a SERQUIP está proibida legalmente, além de eticamente, de funcionar no bairro Camargos, em BH.
O povo do bairro Camargos, do Barreiro, do Vale do Jatobá e de muitas outras regiões de Belo Horizonte estão de parabéns. Se tornaram mais irmãos na luta. As dezenas de organizações populares que sustentam a luta pela expulsão da empresa SERQUIP do bairro Camargos e de toda e qualquer área residencial está de parabéns. VIVA A LUTA E ESTA GRANDE CONQUISTA!

ENTENDA O CASO:
A empresa SERQUIP, desde 2003, instalada na surdina no bairro Camargos, em Belo Horizonte, e desde então infernalizando a vida das pessoas no local. Não bastasse a contaminação do ar com o seu negócio que é a incineração de lixo tóxico e hospitalar (50 toneladas/dia), o que sufoca os moradores à noite, inúmeras reclamações, já comprovadas pelos médicos do posto de saúde do bairro, dão conta da morte de diversas pessoas e do sofrimento de outras tantas com câncer, doenças de pele, enfisema pulmonar, crises de asma, depressão, inflamação na vista e das vias respiratórias. Para dormir ali somente à base de remédios de tarja preta.
No dia 20/10/2008, o COMAM de Belo Horizonte, sob protestos dos moradores do Bairro Camargos, renovou a Licença de Operação para mais 4 meses. Esse martírio, mesmo injusto e até mesmo criminoso, em vista de a legislação proibir esse tipo de atividade em área residencial, foi tolerado pelos moradores. O dia 20 de abril de 2009 seria então o último dia para a maldita empresa fechar as suas portas no Bairro Camargos e desaparecer de qualquer região residencial.
Contudo, o mesmo tormento reapareceu na vida dos moradores do bairro Camargos no dia 09/04/2009. Os conselheiros do COMAM de Belo Horizonte, ajoelhando-se aos pés do grande poder econômico da empresa MUDOU A DECISÃO DE 20/10/2008. Algo muito estranho e ilegal, concedeu o órgão mais 2 meses de funcionamento e mais outros 2 meses para a saída da empresa do bairro Camargos. O povo, mais uma vez, mesmo sentindo-se enganado tolerou novamente a imposição criminosa da prorrogação do prazo da licença.
Repita-se: o povo do bairro Camargos exige o fim das atividades no dia 20 de junho próximo (2009). Essa foi a data determinada como limite. Mesmo estando a empresa requerendo NOVA RENOVAÇÃO DA LICENÇA DE OPERAÇÃO no COMAM, não há qualquer amparo legal e moral para tal renovação.
Ao que parece a empresa não tem como funcionar no Município, sob pena de contaminar a população. O Povo do Vale do Jatobá e do Barreiro já se insurgiu contra a eventual ida da empresa SERQUIP para o CDI – Centro Industrial - do Vale do Jatobá.
Há laudos e pareceres técnicos de várias áreas atestando que a SERQUIP está devastando o meio ambiente e adoecendo muita gente no bairro Camargos. Há laudos e pareceres dos médicos do Posto de Saúde do bairro, laudo da FIOCRUS, da Biodiversas, do Grupo Gesta da UFMG e etc.
Dias 01 e 15 de junho de 2009, mais de 4 mil pessoas do Barreiro e do Vale do Jatobá, em duas grandes manifestações, gritaram alto e em bom som: “JAMAIS ACEITAREMOS A EMPRESA SERQUIP AQUI NO VALE DO JATOBÁ. NEM AQUI, NEM NO BAIRRO CAMARGOS, NEM EM SANTA LUZIA e nem em nenhuma região residencial.”
A SERQUIP se instalou na beira de uma lagoa entupida, em um fundo de Vale, no bairro Camargos, onde é, inclusive, muito difícil para os gases tóxicos se dispersarem. A SERQUIP, ao incinerar lixo hospitalar e tóxico, solta cotidianamente no ar toneladas de dioxinas e muitos outros gases venenosos que estão matando muita gente no Bairro Camargos. Muitos morreram de câncer ultimamente: Celso, José Maria (R. Blenda), Geraldo, Neli Flores e ...
Muita gente está tentando entupir as gretas de portas e janelas na esperança de tentar evitar a entrada em casa dos gases venenosos exalados das chaminés da SERQUIP. Lepra, tuberculose e um grande número de doenças novas estão sendo detectados pelos médicos do Posto de Saúde do Bairro Camargos.
A Resolução 316/2002 n. 9 do CONAMA proíbe a instalação de empresa de incineração de lixo em área residencial. Cadê o cumprimento desta resolução e o respeito ao artigo 225 da Constituição Federal que diz que a sociedade tem direito a um meio ambiente preservado e saudável?
A SERQUIP faz pirraça e quer continuar no bairro Camargos matando pessoas lentamente e destruindo o meio ambiente e todos os seres vivos. Doenças se alastram.
Os moradoras do bairro Camargo fazem, em lágrimas, depoimentos estarrecedores, tal como o da sra. Marlene da Piedade Duarte, por exemplo: “Travei uma luta muito grande para conquistar um pequeno apartamento, na R. Titânio (a 100 metros da sede da SERQUIP), financiado pela Caixa Econômica, para pagar em 15 anos. Uma tomografia computadorizada comprou que estou com o pulmão e coluna totalmente alterados. Estou com enfisema pulmonar. Sofro dores terríveis. Não tenho como pagar a grande quantidade de remédio que os médicos estão me receitando. Nunca fumei, nunca bebi. Eu dormia com a janela aberta e acordava sufocada por causa dos gases venenosos que a SERQUIP envia para todas as famílias do bairro a noite inteira. Enquanto eu durmo à base de lexotan, a SERQUIP me mata aos poucos. Eu não quero morrer. Quero viver. Agora que consegui entrar para dentro do meu apartamento, tenho o direito de desfrutar a vida ainda, mas a SERQUIP está me matando...”
Dona Marlene (outra) da Silva Gomes sobrevive com o globo ocular muito irritado de tanto coçar. Dorme com lexotan. O médico diz: “Marlene, você tem que sair do bairro Camargos, senão você vai morrer logo.” A mãe de Marlene, a sra. Maria Margarida da Silva, está com insuficiência respiratória. Tosse a noite inteira. Está morrendo aos poucos. A SERQUIP está queimando muito mais lixo, à noite. O povo vê um turbilhão de fumaça como se fosse o cogumelo atômico de Hiroshima. A SERQUIP não está cumprindo condicionantes determinadas pelo COMAM. Uma das condicionantes proibiu a SERQUIP de queimar lixo tóxico e hospitalar após as 20:00h, mas, à noite, a SERQUIP está incinerando mais do que de dia. Para disfarçar retirou a identificação dos caminhões que não param de chegar lá carregados de lixo hospitalar e tóxico.
Assinam esta nota:

Movimento em Defesa dos Direitos Humanos e ao Meio Ambiente – MDDUMA – Comissão Pastoral da Terra – CPT -, a Associação dos Moradores do Bairro Camargos, o Grupo Gesta da UFMG, A Defensoria Pública Estadual, a Consulta Popular, Conlutas, Fórum de Moradia do Barreiro, Articulação Popular contra a Transposição e pela Revitalização do rio São Francisco e muitas outras entidades da sociedade civil.
 
 
 
 

Um ano de luta!

Após um ano de muita luta a ocupação Camilo Torres completa um ano. Graças união e garra das familias, dedicação dos militantes e apoiadores e organizações politicas do campo combativo,  uma extraordinaria atuação juriridica feita pelo S.A.J (PUC MINAS) e a  Denfesoria publica do estado de Minas Gerais as familias completam um ano de luta sem o fantasma do aluguel.
O aniversário foi comemorado em dois dias no domingo na comunidade com a celebração de uma missa pelo frei Gilvander, e na segunda feira na porta da regional Barreiro cobrando definição para nossa situação e melhorias para Vila Santa Rita.











Quem foi Camilo Torres


Camilo Torres: 40 anos da morte de um lutador pela liberdade da América Latina
A quarta-feira 15 de fevereiro assinalou o 40º aniversário da morte de Camilo Torres, notável colombiano que dedicou sua vida à luta pela liberdade, contra a injustiça, a corrupção e a desigualdade. Quarenta anos depois de sua morte, todos os revolucionários deviam celebrar a vida deste militante, ao mesmo tempo aprendendo a lição de seus erros na luta por uma América Latina livre das garras do imperialismo.
Camilo nasceu em Bogotá, capital colombiana, em 3 de fevereiro de 1929, no seio de uma rica família de classe alta. Seu genitor era um médico privilegiado, e sua família como tal era liberal em suas perspectivas políticas. Na década de 1930, ele viveu com sua família na Europa. Após graduar-se na escola secundária, em 1946, mudou-se para a Colômbia onde entrou para um seminário. Seus sentimentos cristãos levaram-no a horrorizar-se com as desigualdades sociais, a injustiça e a extrema pobreza. Nestas circunstâncias, ele experimentou lenta evolução política, discutindo temas sociais com outros estudantes.
Viajando para a Bélgica fim de estudar sociologia, ele começou a organizar um grupo político, mais tarde terminando em Paris com alguns colombianos de pensamento idêntico que queriam empreender estudos sociológicos da realidade de sua pátria. Neste aspecto ele obteve êxito quando se graduou ao defender tese em 1958, publicada sob o título “A Proletarização de Bogotá”. A tese representou importante trabalho sobre a pobreza da Colômbia, e foi lida amplamente na Colômbia e no restante da América Latina.
Quando voltou para Bogotá, intensificou sua ação política, organizando os estudantes como também as camadas exploradas nas vizinhanças. Iniciou uma rebelião contra as hierarquias tradicionais e as práticas da Igreja Católica. Este fato prontamente colocou-o em conflito com a ordem estabelecida e o alto clero.
Como os meios conservadores da Igreja não concordavam com sua iniciativa de organização estudantil nem com seu radical pensamento anticapitalista, ele foi alijado de todas as suas funções na Universidade Nacional e cessou o custeio de seus trabalhos acadêmicos relacionados com a sociologia.
Seu pensamento político desenvolveu-se a passos largos. Posto que fosse um cristão e sacerdote, ele não aceitava a situação de pobreza e miséria que presenciava e procurava alguma forma de explicação das causas de tamanha desigualdade. Tal estado de coisas levou-o a adotar algo como uma peculiar mistura de idéias do Marxismo com o Cristianismo. Compreendeu que era necessário transformar completamente a sociedade de seu país e romper o estrangulamento imperialista. De sua experiência prática da vida chegou a conclusões mais definidas e começou defender uma nova sociedade de caráter socialista.
Nos anos 1964 e 1965, começou a organizar o que se chamou “A Frente Unida Popular”, um movimento amplo de reuniões, demonstrações, campanhas etc., mobilizado simpatizantes nas vizinhanças, nas universidades e nas fábricas. A opressão estatal foi feroz e muitos ativistas foram trucidados.
A esta altura Camilo concluiu que era necessário aniquilar o estado capitalista. Mas como fazê-lo não estava completamente claro para ele. Em 1964, ele tinha estabelecido contacto com ao ELN (Exército de Libertação Nacional), um movimento armado guerrilheiro que se criara recentemente, inspirado nos eventos de Cuba e baseado nas idéias de Che Guevara. Em outubro de 1965, Camilo abandonou todas as suas atividades ligadas aos movimentos de massa e em seu lugar foi para as montanhas juntar-se às forças do ELN.
Em 15 de fevereiro de 1966, ele morreu no primeiro envolvimento em combates contra o exército nacional. Seu desaparecimento foi lamentado por milhares de camponeses que guarneceram de flores seu túmulo e fincaram cruzes em sua honra.
Hoje, quarenta anos após a morte de Camilo, é necessário que todos os revolucionários atentem para as lições de sua vida. Sem dúvida Camilo foi um revolucionário honesto que queria pôr um fim ao sistema que gera intolerável miséria para milhões de oprimidos. Deu ele bom exemplo de uma pessoa oriunda de classe superior, que se desencantou com o sistema capitalista e cerrou fileiras com o movimento revolucionário. Seus trabalhos, posto que não correspondam ao ponto de vista do socialismo científico, são muito interessantes e uma fonte de inspiração para todos os lutadores pela liberdade, no sentido real da palavra.
Mas sua conclusão final, de que para eliminar o estado capitalista deve-se organizar uma luta armada no campo, foi um erro. Os marxistas não se opõem à luta armada, nem negam por inteiro os métodos da luta guerrilheira. O que na verdade rejeitamos é o guerrilheirismo, isto é a idéia de que uma minoria armada por si pode substituir a luta do movimento de massas. A principal lição de Camilo Torres é que os revolucionários são muito mais perigosos para a burguesia, se lutam juntos com s massas nas fábricas nas vizinhanças e nas escolas. A luta armada deve subordinar-se à luta ampla, deve ser parte dela. Desta forma, a revolução socialista torna-se completamente possível.
Hoje honramos a memória de Camilo Torres, um homem que entrou para a lista de mártires que lutaram pela libertação da América Latina, juntamente com Julio Mella, Farabundo Marti, Emiliano Zapata e muitos outros camaradas que sacrificaram suas vidas nesta luta.
O único movimento verdadeiro que podemos construir é o movimento marxista das massas revolucionárias que completará a luta pela eliminação do capitalismo na Colômbia, na América Latina e no resto do mundo.

16 de Fevereiro de 2006.

Não queremos só a moradia!




Após 08 meses de ocupação a PBH começa a dificultar a vida dos moradores da ocupação Camilo Torres negando direito a saúde, educação, assitência social, saniamento básico, luz elétrica sob o argumento de não termos comprovante de endereço. Como forma de reividicar os nossos direitos dicidimos em assembléia fazer uma marcha até a regional Barreiro afim de cobrar nossos direitos que estão assegurado na constituição barsileira. Após  07 km de caminhada e manifestação em frente a regional com 250 pessoas, fomos recebidos pelo secretário regional Geraldo Afonso herzog que garantiu atender  parte de nossas reividicaçães que tange no direito ao atendimento a saúde e educação.

A Luta não para!



Nota à sociedade.

1°- Considerando o princípio da dignidade da pessoa humana e o direito fundamental à moradia;

2°- Considerando que o Poder Público ignora a massa de 15 mil famílias que amargam nas filas da política habitacional (OPH);

3°- Considerando que só com organização e luta somos capazes de assegurar nossos direitos e ter conquistas reais;

4°- Considerando, por fim, que nossos sonhos não cabem nas urnas,

Nós, famílias sem-teto de Belo Horizonte, ocupamos hoje, bem no dia das eleições, mais um terreno abandonado da cidade. Era um terreno baldio da própria Prefeitura que, apesar da falsa propaganda, faz vista grossa para as mais de 60 mil famílias sem casa.
Agora somos vizinhos da Comunidade Camilo Torres, que resiste bravamente ao despejo há oito meses, e assumimos seu nome e sua luta como nossos.
Desde já convidamos a todos(as) para conhecer a nossa ocupação e luta.
Convidamos ainda para festejar conosco a vida e a alegria das crianças. Ocorrerá no dia 12 de outubro, a partir das 11:00h . Pedimos a contribuição de brinquedos e guloseimas que serão distribuídas para as crianças da comunidade.

Endereço: Av. Perimetral nº 450 Vila Santa Rita BH / MG
E-mail: comunidadecamilotorres@hotmail.com
Contatos: 97084830, 86524783

Belo Horizonte, 05 de outubro de 2008

"Onde caiu Camilo nasceu uma cruz,
porém não de madeira, e sim de luz"
Victor Jará


Brigadas Populares/Forúm de morádia do Barreiro.

Ocupar, resistir e construir.






Após a entrada no terreno abandonado que corresponde a uma área de 10.254m2 localizado na rua. Córrego do capão nº16  Vila Santa Rita regional Barreiro BH, terreno este abandonado desde de 1992 quando o extinto C.D.I repassou a empresa Bourvoltec Ltda com termo de compromisso registrado em cartório no qual a empresa  se comprometia a construção de um empreendimento industrial na área adquirida no periodo maximo de 24 meses, fato isso não aconteceu e pior a empresa vendeu um bem publico para outra empresa em 2005 com anuência da CODEMIG onde a tal empresa tambem nada fez no terreno.
A entrada foi muito tensa chegamos a achar que seriamos agredidos e expulsos pela PMMG que mesmo sem nenhum mandato judicial ou algum documento que legitima se a desolcupação estava agindo de maneira muito hostil chegou a fazer um cerco na area proibindo a entrada de alimentos,água e também a entrada de outros ocupantes chegou ao absurdo de mobiliza um helicopero, mas graças a resistência das familias e empenho dos apoiadores o cerco foi vencido. a partir de então foi feita uma assémbleia no qual deliberou pela divisão da area. 

Comunidade Camilo Torres







A comunidade Camilo Torres surgiu em  16 de feverreiro de 2008 em ação conjunta do núcleo de sem casa da Vila Santa Rita e das Brigadas Populares. Esta ação foi organizada com o intuito de diminuir o sofrimento das familias que amargavam a mais de 10 anos na fila do O.P.H ( orçamento participativo da educação) sem nenhuma pespectiva de contemplação para sua faixa de renda que na sua maioria não passa de um salário minimo. Tambem com a nescessidade de denunciar a politica urbana do municipio que faz vistas grossas aos espaços urbanos abandonados, que não cumprem função social em beneficio da especulação imobiliaria e como consequência  em prejuizo  de uma politica habitacional de acesso a moradia do trabalador de baixa renda.
Segundo dados da fundação João Pinheiro existe hoje em Belo Horizonte cerca de 75.000 imóveis abandonados ou sub utilizado para um deficit de moradia de 55.000  familias.