sábado, 26 de março de 2011

Audiêcia publica ALMG

COMISSÃO de Direitos Humanso da ALMG DISCUTE IMINÊNCIA DE DESPEJO DAS COMUNIDADES DANDARA, CAMILO TORRES E IRMÃ DOROTHY.

           Possíveis violações de direitos dos moradores das ocupações Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy, localizadas em Belo Horizonte, vão ser investigadas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Para tanto, a comissão faz audiência pública na segunda-feira (28/03/2011), às 9 horas, no Auditório da ALMG, a
requerimento do deputado Durval Ângelo (PT).
Juntas, as três ocupações totalizam 1,2 mil famílias, sendo duas localizadas na região do Barreiro, e a Dandara no bairro Céu Azul, região da Pampulha. O temor dos moradores é que, com a reintegração de posse determinada pela Justiça, haja ma operação de desocupação a qualquer momento, com uso de força policial e de desdobramentos imprevisíveis. Um massacre poderá ocorrer a qualquer momento.
Na Dandara, as famílias conseguiram suspensão da liminar de reintegração, mas os  andados já foram expedidos para as duas outras ocupações.
As áreas onde estão as ocupações Camilo Torres e Irmã Dorothy pertenceram ao Estado e  oram vendidas à iniciativa privada pela Codemig de maneira irregular. O Ministério Público propôs ação civil pública, visando a nulidade dessas transações.
Visita - Depois da audiência pública, a Comissão de Direitos Humanos
visita as ocupações Camilo Torres e Irmã Dorothy, no Barreiro, na quarta-feira (30/3/11). A visita acontece às 9h15.
Após a Audiência Pública os participantes sairão em passeata até o Centro da cidade, para, mais uma vez, exigir do governador Anastásia e do prefeito Lacerda uma abertura para o diálogo, vez que o Governo Federal se coloca à disposição para uma saída pacífica para o problema.
 Às 16:30h, uma Comissão de Alto Nível será recebida pela governador Antonio Anastasia. Faz parte da Comissão de Alto Nível: o bispo Dom Joaquim Mol, o dep. Durval Ângelo, o Dr. Luiz Cláudio (pres. da OAB/MG) e o Dr. Alceu (Procurador Geral do Ministério Público). A Dra. Andréia, Defensora Geral da Defensoria Pública de Minas Gerais e o vereador Adriano Ventura também pretendem participar da audiência com o Governador de MG. A Comissão, acima mencionada, levará ao Governador de MG, sr. Anastasia, as reivindicações das três ocupações: Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy. Buscarão abertura de diálogo e negociação. Somente isso poderá evitar o massacre anunciado. As 1.200 famílias das três comunidades estão unidas, organizadas e dispostas a resistir ao despejo anunciado. Clamamos pela abertura de diálogo.

Maiores informações:
Lacerda Santos - Camilo Torres e Irmã Dorothy – cel.: 031 9708 4830
Frei Gilvander Moreira – cel.: 031 9296 23040

sexta-feira, 25 de março de 2011

Deputado Padre João faz pronunciamento em favor das comunidades ameaçadas de despejo em BH

Massacre anunciado contra as mulheres das comunidades Camilo Torres, Dandara e Irmã Dorothy

Massacre anunciado contra as mulheres das comunidades Camilo Torres, Dandara e Irmã Dorothy

Já se fazem três anos que nós mulheres das comunidades Camilo, Dandara e Dorothy estamos em busca de dialogo e solucões dignas para nós e nossos filhos, 70% das comunidades são chefiadas pos nós mulheres trabalhadoras, que cansadas de sofrer com a falta de moradia resolvemos ir a luta em busca de um direito constitucional que é a moradia. Ocupamos terrenos vazios a decadas, que não cumpriam nenhuma função social. Infelismente o municipio, estado e judiciario tem agido de forma intrasigentes se negando dialogar, tratando mais como caso de policia do que um problema social que atingem sentenas de brasileiras. Mas como dizem: é mais facil jogar a sujeira para debaixo do tapete.
Nossas vidas contidianas tem ficado cada vez mais pesada por causa do despejo, afinal já temos até mais que tripla jornada de trabalho. Vamos enumerar para entender:
  1. Trabalho ( sendo chefe de familia temos que levar o alimento, roupa,remedio e outros, a vantagem é que morando na ocupação tempos um gasto a menos com o aluguel, garantindo melhores condições de vida para nossos filhos.)
  2. Trabalho doméstico( como somos mulheres pobres e não temos nenhuma condição de pagar ninguem para fezer os trabalhos domésticos é necessario que nós façamos o serviço)
  3. Educação dos filhos( podemos dizer que é o mais importante e constante, afinal muitas de nós não tem com quem dividir. É triste falar mas infelismente muitas das vezes abrimos mão da educação de nossos filhos, devido os serviços escravos que temos que nos submeter para garantir o pão de cada dia. Imagine quando voltarmos para o aluguel? Isso se tivermos condições minimas.)
  4. Lutas internas da comunidade( como somos tratados como invasoras o municipio dificulta e entrada de prestadoras de serviço que garantem o saneamento basico como agua, luz, esgoto e limpeza, assim nós mesmas temos que fazer)
  5. Lutas externas da comunidade( para garantirmos nossos lares nos empenhamos em ir nas passeatas, caminhadas, audiencias publicas, acampamentos na rua, nos postos de saude e outros. Este é fundamental, afinal se não tivermos casa e voltarmos para o aluguel vamos ter que tirar da boca de nossos filhos).
Estamos sofrendo o ataque direto daqueles que querem nos tirar dos terrenos a qualquer preço. Sabemos que nossas forças não se compara com o braço armado do estado(PMMG), tememos pois não temos para onde ir e fica dificil aceitar que derrubem nossos lares e nos coloquem na rua ,não nos negamos sair dos terrenos mas desde que hajá um solução digna,mantemos a posição que não sairemos e sabemos que foi autorizado força policial pelo juiz. E issso so comprova de que lado a justiça esta,principalmente quando se vai a fundo na lagalidade dos terrenos.
Nesses ultimos meses nossas indas ao medico esta cada vez mais frequente. Vitimas da depressão, estres e ansiedades os calmantes fazem parte de nossas vidas. Não buscamos de nenhuma maneira a violencia mas sim o dialogo e justiça social.

"A sorte é de quem possui coragem para enfrentar qualquer tipo de injustiça social”
Elaine, comunidade Camilo torres

quarta-feira, 23 de março de 2011

Diário de uma comunidade ameaçada de despejo

Caros companheiros, nossa situação na Camilo e Dorothy esta ficando cada vez mais delicada. Tivemos hoje a presença da PMMG mais três carros do TJMG, de acordo com o oficial de justiça foram buscar crianças da mãe de uma moradora da comunidade (a mãe não mora na comunidade). Após conversarem com a moradora e verem que as crianças não se encontravam na comunidade foram embora. Mas o que nos assustou é que não tinha nenhuma autoridade que representasse as crianças, conselheiro tutelar ou alguém da vara de infância. E enquanto estava três carros do TJMG na comunidade tinha mais dois carros na companhia de policia próxima. Presenciamos também um carro com três pessoas um deles fora do carro tirando fotos ao serem abordados por nos alegaram serem fiscais da SLU e estavam tirando fotos dos locais onde os trabalhadores da SLU limparam (houve no local apenas retirada do lixo que é na entrada da comunidade onde estávamos realizando uma assembleia no momento).
Agora na parte da tarde a policia estava nas empresas próximas visualizando nossos movimentos, mas estamos mobilizados.
Peço que se mantenham atentos, pois não confiamos que o prefeito Marcio Lacerda possa esperar a reunião do dia 28/03/2011 afinal ele é frio e não gosta de pobre. Divulguem por favor, mais uma vez nossa situação neste momento todo apoio é de grande valor. Estamos firmes e prontos a resistir se preciso for.

Abraços,
Elaine comunidade Camilo Torres e Dorothy