sexta-feira, 25 de março de 2011

Massacre anunciado contra as mulheres das comunidades Camilo Torres, Dandara e Irmã Dorothy

Massacre anunciado contra as mulheres das comunidades Camilo Torres, Dandara e Irmã Dorothy

Já se fazem três anos que nós mulheres das comunidades Camilo, Dandara e Dorothy estamos em busca de dialogo e solucões dignas para nós e nossos filhos, 70% das comunidades são chefiadas pos nós mulheres trabalhadoras, que cansadas de sofrer com a falta de moradia resolvemos ir a luta em busca de um direito constitucional que é a moradia. Ocupamos terrenos vazios a decadas, que não cumpriam nenhuma função social. Infelismente o municipio, estado e judiciario tem agido de forma intrasigentes se negando dialogar, tratando mais como caso de policia do que um problema social que atingem sentenas de brasileiras. Mas como dizem: é mais facil jogar a sujeira para debaixo do tapete.
Nossas vidas contidianas tem ficado cada vez mais pesada por causa do despejo, afinal já temos até mais que tripla jornada de trabalho. Vamos enumerar para entender:
  1. Trabalho ( sendo chefe de familia temos que levar o alimento, roupa,remedio e outros, a vantagem é que morando na ocupação tempos um gasto a menos com o aluguel, garantindo melhores condições de vida para nossos filhos.)
  2. Trabalho doméstico( como somos mulheres pobres e não temos nenhuma condição de pagar ninguem para fezer os trabalhos domésticos é necessario que nós façamos o serviço)
  3. Educação dos filhos( podemos dizer que é o mais importante e constante, afinal muitas de nós não tem com quem dividir. É triste falar mas infelismente muitas das vezes abrimos mão da educação de nossos filhos, devido os serviços escravos que temos que nos submeter para garantir o pão de cada dia. Imagine quando voltarmos para o aluguel? Isso se tivermos condições minimas.)
  4. Lutas internas da comunidade( como somos tratados como invasoras o municipio dificulta e entrada de prestadoras de serviço que garantem o saneamento basico como agua, luz, esgoto e limpeza, assim nós mesmas temos que fazer)
  5. Lutas externas da comunidade( para garantirmos nossos lares nos empenhamos em ir nas passeatas, caminhadas, audiencias publicas, acampamentos na rua, nos postos de saude e outros. Este é fundamental, afinal se não tivermos casa e voltarmos para o aluguel vamos ter que tirar da boca de nossos filhos).
Estamos sofrendo o ataque direto daqueles que querem nos tirar dos terrenos a qualquer preço. Sabemos que nossas forças não se compara com o braço armado do estado(PMMG), tememos pois não temos para onde ir e fica dificil aceitar que derrubem nossos lares e nos coloquem na rua ,não nos negamos sair dos terrenos mas desde que hajá um solução digna,mantemos a posição que não sairemos e sabemos que foi autorizado força policial pelo juiz. E issso so comprova de que lado a justiça esta,principalmente quando se vai a fundo na lagalidade dos terrenos.
Nesses ultimos meses nossas indas ao medico esta cada vez mais frequente. Vitimas da depressão, estres e ansiedades os calmantes fazem parte de nossas vidas. Não buscamos de nenhuma maneira a violencia mas sim o dialogo e justiça social.

"A sorte é de quem possui coragem para enfrentar qualquer tipo de injustiça social”
Elaine, comunidade Camilo torres

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